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Permita-se Ter Esperança

Atualizado: 25 de abr. de 2020

Lorrany Vieira - Oficial de Náutica



Vivendo em uma sociedade tão cheia de pressa, compromissos e metas a serem cumpridas, reconhecemos que a pandemia nos trouxe tempos difíceis. No primeiro instante, a humanidade reconheceu, ser o isolamento, a oportunidade para uma auto-análise, redescobertas ou simplesmente uma chance de desacelerar e olharmos mais para dentro.


Até que perceberam ser viável o home-office. Assim como a desigualdade social, tantas vezes ignorada, escancarou para a sociedade que a quarentena é, para muitos, privilégio. E com tantas outras questões e mudanças que temos sido obrigados a enfrentar, o mundo, mesmo que “parado” voltou a acelerar disfarçadamente.


E estamos novamente sendo engolidos por tantas incertezas e especulações. O home-office nem parece tão confortável como antes, por que a globalização grita por produtividade, sem sensibilidade alguma pelo que estamos passando. A ironia é que esse mesmo sistema, o qual tornou-se o “bicho papão” dos adultos, é formado por nós mesmos. Nós somos mocinhos e vilões da nossa própria história.


Em tamanha circunstância, o que tudo isso tem nos ensinado? O lavar constante das mãos e o frequente passar do álcool em gel sugerem, mesmo que implicitamente, a importância do auto-cuidado? E o que temos feito por nós mesmos dentro da nossa individualidade? Temos escutado nosso próprio silêncio? Possuímos a mesma espécie, mas cada um de nós somos únicos. Ninguém é igual a outro, mas apesar de toda essa particularidade, somos parte da natureza. E por essa razão, nos sentimos bem quando estamos conectados a ela, mesmo que em momentos tão breves.


Por isso, quero te convidar a encher o teu coração de esperança. De onde estiver, contemple o céu. Se possível contemple as estrelas. Elas são tantas, e todos nós, nessa infinitude que é o universo, estamos conectados. Você não está sozinho. Se a meteorologia não tiver colaborado e o céu estiver nublado, te convido a sentir o vento em sua pele. Feche os olhos e sinta o seu respirar. Lembre-se que, em breve, um novo dia começará, o sol nascerá novamente e você terá mais uma oportunidade, nem que seja o privilégio de mais um dia com o fôlego da vida. Entretanto, se neste momento, o céu te mostrar um sol vibrante, vá pra fora e sinta o sol te aquecer, sinta-se vivo. Não importa a condição, se você permitir o escutar do silêncio dentro de você mesmo, sentir a natureza mesmo que por poucos minutos na janela do seu lar, você terá motivos para ser grato. Faça disso seu exercício diário. Permita-se ser natureza. Permita-se ter esperança.



 
 
 
 

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